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“As salas de aula eram muito quentes, a gente não conseguia
se concentrar, as paredes estavam quebradas e os banheiros eram ruins de usar
também.” A descrição de Wend Naelly da Silva, de 14 anos, detalha as condições
da Unidade Integrada Maria José Aragão antes da reforma trazida pelo Programa
Escola Digna, do Governo do Maranhão.
Localizada no bairro da Cidade Operária, em São Luís, a
unidade atende atualmente 996 estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Apesar
do cuidado da comunidade escolar com o prédio, os 16 anos sem qualquer reforma
ou melhoria pesavam nas condições de aprendizado dos estudantes.
“Aqui, à tarde, o sol batia e eles ficavam inquietos. Agora,
além de estar tudo mais limpo e mais claro, eles prestam mais atenção na aula”,
conta o professor de Química e Educação Física Silvio Matos, mostrando as
condições da nova sala de aula.
Ressaltada por alunos e professores da unidade, a relação
entre aprendizado e infraestrutura escolar é também alvo da literatura
acadêmica. Além de autores como Joaquim José Soares Neto (2013), que publicou
estudos detalhando medidas para avaliar a questão, outros recentes estudos da
Fundação Getúlio Vargas apontam, por exemplo, que as escolas com baixo
desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) apresentam condições
precárias de convivência.
Do total de instituições com resultados ruins em matemática
em 2016, 62,40% não tinham acesso à rede pública de esgoto; e 15%, à água. Na
Maria Aragão, problemas estruturais foram resolvidos. “Foi feito o serviço de
retelhamento, de troca de forro de todas as salas de aula, da parte elétrica, reforma
completa dos banheiros, pintura e limpeza”, diz o gestor da unidade, Wilson
Chagas.
“Apesar do cuidado que os alunos, professores, todos nós
tivemos com a escola, estava precisando muito. E os estudantes, principalmente,
estão muito felizes com essa mudança”, acrescenta.
Zelo
Com a etapa de finalização da reforma, realizada neste mês,
os estudantes não demoraram em cuidar do prédio. De forma voluntária, eles
coletaram pneus e, com a ajuda de um profissional, participaram de um projeto
de jardinagem da escola.
“Além disso, eles mesmo ajudaram na arrumação das salas, da
escola, estão ajudando a recuperar o acervo da nossa antiga biblioteca e essa
reforma veio trazendo isso, confirmando o cuidado que já tinham com a escola,
agora estão muito mais orgulhosos”, conta o professor Wilson.
Wend, que ajudou a arrumar o novo jardim, conta que sempre
foi engajada nas atividades para manutenção do ambiente escolar. “A escola é um
ambiente sagrado e por isso acho que a gente tem que cuidar”, afirma.
Escola Digna
Além da reforma e da reconstrução de 574 escolas e
substituição de 300 estruturas de taipa por alvenaria, o programa Escola Digna
prevê a assistência técnico-pedagógica aos municípios, incentivos que já
demonstraram seus primeiros resultados no estado.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em janeiro deste ano, o
comparativo entre os pontos do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica) registrados para o Maranhão no ano de 2015 – primeiro ano de
desenvolvimento do Escola Digna – e no de 2013 apresentou crescimento. A marca
que era de 2,8 em 2013 passou para 3,1 em 2015.
Em todo o programa de reestruturação da educação no
Maranhão, já foram investidos mais de R$ 800 milhões nos últimos dois anos.
Entre as melhorias, estão a ampliação da rede de escolas de educação em tempo
integral e a valorização dos professores.
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