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Há tempos o lazer de nadar no açude dava lugar à obrigação
de captar água para o consumo na Aldeia Cajueiro Real, em Jenipapo dos Vieiras.
O cacique Slivestre Guajajara conta, sem nenhuma saudade, que antes todos
tinham que carregar cerca de 20 litros nos ombros para abastecer as ocas.
O Governo do Estado vem ampliando as linhas de acesso à água
a povos antes desvalorizados e esquecidos como os índios. Agora famílias
indígenas como a do cacique Slivestre Guajajara, podem contar com o Programa
Cisternas 2ª Água, desenvolvido no Maranhão pelo Sistema da Agricultura
Familiar, a partir do convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário (MDSA).
Além da construção de cisternas que têm capacidade de
armazenamento de 25 mil litros, serão construídos arranjos produtivos, como
galinheiros, pocilgas, hortas à escolha do produtor indígena, que vai auxiliar
ainda mais na renda familiar. O galpão
de 40 m² é construído com madeira de reflorestamento – geralmente eucalipto
certificada, e telhas sem amianto.
Ao todo serão construídas 170 cisternas beneficiando mais de
100 famílias indígenas, um investimento de mais de R$ 1,5 mi dando oportunidade
para que os índios possam captar e armazenar água das chuvas e assim, além de
consumirem a água, utilizá-la também para a produção agrícola no período da
estiagem.
Até agora, estão em fase de finalização 17 cisternas na
Aldeia Cajueiro Real, 6 na Aldeia Cana Brava II e mais 13 na Aldeia Cocalinho.
Outras 6 cisternas começarão a ser construídas na Aldeia Cacimba Velha na
próxima semana.
Agora a vida por aqui vai ser outra, finalmente estamos
sendo vistos. ´´Agora não vamos ter aquele
trabalho de carregar água e nem vamos deixar de produzir quando faltar água
vinda do céu”, contente enfatizou o cacique Slivestre Guajajara.
Para o gestor da pasta de Agricultura Familiar do Estado,
Adelmo Soares, os povos indígenas são parte integrante do Maranhão e por isso
merecem ser vistos e atendidos.
“Esse é um programa federal já atendia todo o país, mas
ainda não havia chegado ao Maranhão. No passado, o montante de R$ 40 milhões,
destinado a esse projeto foi devolvido em decorrência da falta de ajustamento
entre o pleito e a realidade existente no Maranhão. A equipe da SAF uniu
esforços para trazer o Programa ao Estado com o intuito de oferecer dignidade e
qualidade de vida ao nosso agricultor familiar”, afirmou o secretário de Estado
da Agricultura Familiar, Adelmo Soares.
De acordo como presidente da Agência Estadual de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural – Agerp, Júlio Mendonça, “O Programa Cisternas
vem preencher a lacuna da escassez fornecendo água para o consumo básico e um
arranjo produtivo que vai dar segurança alimentar e renda às famílias”,
destacou o presidente Júlio César.
Com investimentos de R$ 40 milhões, o programa no Maranhão
vai beneficiar 4.067 famílias com essa tecnologia social de acesso à água para
produção de alimentos. Dos 16 municípios que serão beneficiados com o Programa
Cisternas – Segunda Água, oito estão inseridos no Plano de Ações ‘Mais IDH.
Serão beneficiados: Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú, Marajá do Sena,
Belágua, Santana do Maranhão, São Benedito do Rio Preto, Humberto de Campos,
Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão, Paulino Neves, Amarante do Maranhão,
Arame, Buriticupu, Nina Rodrigues, Presidente Vargas e Cachoeira Grande.
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