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Existe uma grande diferença entre oportunidade e
oportunismo. Uma, é aquela em que as pessoas querem levar vantagem em tudo, ser
esperto, ganhar a qualquer custo sendo que a outra, vai na contramão deste
movimento cada vez mais presente e enraizado na cultura brasileira.
Abrimos espaço para o interessante artigo de Daniel Toledo, que por meio de sua assessoria entrou em contato com o titular do Blog. Todo
o conteúdo é de responsabilidade do autor.
Por Daniel Toledo

Enquanto eu morava no Brasil, vivenciei diversas situações
em que me deparei com o oportunismo e isso me incomodava demais. Por isso,
desde quando passei a ter residência fixa nos Estados Unidos, decidi por um
ponto final nisto. Hoje, eu não tolero esse comportamento e principalmente as
pessoas que convivem comigo sabem o quanto sou rígido fazendo duras críticas
quando identifico o vício do oportunismo nas minhas relações de negócios.
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super
diversificada. Porém, esse vício maldito acaba com a beleza. A necessidade de
levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de Acari, no Rio de Janeiro, é
um belo exemplo deste contraste. O mercadão de produtos roubados é promovido às
custas de inúmeras mortes e assaltos por conta de um comércio que não tem fim.
Em São Paulo, mais precisamente na Avenida Paulista, tem um
shopping de artigos chineses a preço popular. Confesso que eu ia todo o final
de semana lá para olhar as novidades e sempre comprava um dvd ou outro e um
monte de outras coisas que eram considerados réplicas de primeira linha. Quem
realmente usa artigos de luxo sabe a diferença entre o pirata e o original.
Mesmo que você tenha um auto estima lá em cima e não se
incomode com a julgamento dos outros, ou é do tipo que adota a política do “
estou nem aí”, existe algo implícito neste jogo muito mais grave do que a
opinião alheia, que é o dano causado pelo consumo deste tipo de produto. Não há
pagamento de impostos referente a mercadoria e recolhimento de tributos. Só por
isso esse produto chegou até o seu consumidor final. Vidas acabam porque alguém
tem a necessidade porca de comprar algo “ baratinho”. E não é exagero.
Tenho um amigo que hoje reside nos Estados Unidos. A família
dele quando morava no Brasil possuía uma transportadora com cinco caminhões.
Sempre que se tratava de uma carga valiosa, quem fazia o transporte era o pai,
o dono da empresa. Ele tinha esse cuidado para zelar pelo material do cliente e
garantir que o produto caro chegaria ao seu destino conforme o esperado, sem
danos. Até que um dia, ele foi roubado e sequestrado. A quadrilha pediu R$50
mil reais, e a carga era de televisões. Ele ficou quatro dias em cativeiro e
não havia possibilidade de pagar pelo valor exigido. Não avisaram a polícia e
as negociações chegaram a R$10 mil. A quantia foi paga, mas o pai foi
encontrado morto, sendo que ele havia falecido muito antes da entrega do
dinheiro.
Ainda me questiono como que as pessoas têm coragem de
comprar esses produtos. O detergente mais barato, o salame, sabão em pó que
vendidos na feira de acari custaram a vida de alguém. Além disso, deixou o
seguro para todo mundo mais caro, impactando na economia como um todo. Quantas
vezes subiu o seguro do seu carro? Mas na hora de comprar uma peça, muitos não
abrem a mão de ir até um desmanche. É essa consciência que precisa mudar.
Quando isso acontecer, o país muda de patamar.
Quem compra produto fruto de roubo de carga, ou pirata, não
faz ideia do prejuízo para o país, além da energia negativa que vem de carona.
O brasileiro precisa parar de aceitar migalhas dos outros e mudar a condição de
vida e adquiri itens que de fato possuem qualidade e são duráveis. Comprar
itens de péssima qualidade ou por preços até 70% a menos do que comercializados
em lojas tradicionais, jamais pode ser um bom negócio.
Sobre Daniel Toledo
O profissional é graduado em direito pela Universidade
Paulista. Possui especialização em International Business and Global Law pelo
Eckerd College - St Petersburg e em tributação no mercado financeiro, pela FGV
São Paulo, LLM em mercado Financeiro e de Capitais pelo IBMEC e LLM em Health
Law pela Southern University of Illinois. Fez doutorado em Direito
Constitucional pela UNITA, e participou de diversos cursos promovidos pela OAB
e CAASP, voltados para direito comercial e societário. Atualmente, é sócio da
Toledo and Associates, Law Firm desde 2003 e sócio fundador da Loyalty Miami. A
fonte pode comentar e explicar sobre a obtenção dos seguintes vistos: L1 - E2 -
H1B - EB-1 - EB-5– O – R – J – K. Foi o único advogado brasileiro indicado ao
prêmio Lawyers of Distinction
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