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Do G1
Camarão, bacalhau e queijo de cabra. A relação é de iguarias
encontradas pelo Ministério Público na cadeia onde estão presos da Lava Jato no
Rio- mas lembra uma outra lista: a de itens licitados que abastecem residências
oficiais, com dinheiro público.
A similaridade dos quitutes mostra como os políticos que
hoje estão presos têm dificuldade para se desapegar de uma espécie de
"cultura dos palácios", mas, agora, no cárcere.
Descolados da realidade, muitos políticos usam dinheiro
público ou verba suspeita para custear suas mordomias - seja de deslocamento
(como jatinhos e aviões da FAB), seja de alimentos.
Um dos mais emblemáticos é o caso da licitação milionária
promovida pela então governadora do Maranhão Roseana Sarney em 2014, em meio ao
caos nos presídios de São Luís, para comprar alimentos de "primeira
qualidade".
Como se estivesse alheia à barbárie na segurança pública,
Roseana licitou em janeiro de 2014 itens para suntuosos banquetes: 80 kg de
lagosta, 120 kg de bacalhau do porto de "primeira qualidade", 750kg
de patinha de caranguejo, uma tonelada de camarão e oito sabores de sorvete.
Tudo isso em meio ao caos nos presídios do Complexo de
Pedrinhas. Na lista, entraram, entre outros, queijos finos, geleias, castanhas.
Ao todo, o Estado do Maranhão previa gastar R$ 1 milhão para
alimentar a família da governadora e seus convidados naquele ano - tanto na
sede do governo, como na casa de praia.
A licitação para o banquete só foi suspensa porque foi
descoberta.
O episódio envolvendo o ex-governador Sergio Cabral e seus
amigos na semana passada - revelado pela GloboNews - indica que a "cultura
dos palácios" parece permanecer viva - agora, dentro dos presídios,
ocupados por políticos que se locupletaram do dinheiro público. No caso
específico, dinheiro que compra muito mais do que 80 kg de lagosta.
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